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Bem Vindos ao maior portal da História de Altinópolis

José Márcio Castro Alves

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A Vida das Estátuas - O artista de hoje é um vulgarizador das conquistas da inteligência e do sentimento. Extinguiu-se-lhe com a decadência das crenças religiosas a maior de suas fontes inspiradoras. Aparece num tempo em que as realidades demonstráveis dia a dia se avolumam, à medida em que se desfazem todas as aparências enganadoras, todas as quimeras e miragens das velhas e novas teogonias, de onde a inspiração lhe rompia, libérrima, a se desafogar num majestoso simbolismo. Resta-lhe, para não desaparecer, uma missão difícil: descobrir, sobre as relações positivas cada vez mais numerosas, outras relações mais altas em que as verdades desvendadas pela analise objetiva se concentrem, subjetivamente, numa impressão dominante...
Mas não se aguarda esse tempo; não se respeita esse interregno, ou essa quarentena ideal, que livra as grandes vidas dos contágios perniciosos das nossas pequenas vidas; e decreta-se uma estátua, um nome de rua, uma placa de inauguração apinhada de nomes, como se fosse possível decretar-se um grande homem. Então, neste vir fora de tempo, elas são historicamente inviável. E não há golpes de gênio que a transfigurem.
Euclides da Cunha - A vida das estátuas.

Arraial Nossa Senhora da Piedade




As Origens


Foi na era dos Seiscentos que as “ Entradas e Bandeiras paulistas”, na sua caminhada rumo aos Sertões da então Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e dos Guaianeses, estabeleciam pousos que se tornariam cidades. Era a Capitania de São Vicente, mais tarde de São Paulo e Minas de Ouro. O feito perduraria. São Bom Jesus da Cana Verde, hoje (Batatais), foi um desses povoados gerados da mesma cepa de colonização.
No dizer conciso de Ricardo Gumbleton Daunt, relata haver o capitão (Diogo Garcia da Cruz - Testamento) adquirido no início do Século XIX, na província de São Paulo, por cem mil réis, além de um ponche e um lote de bestas carregadas de sal, terras na região do futuro Arraial de Nossa Senhora da Piedade, pertencente ao districto de São Bom Jesus da Cana Verde de Batataes , (na divisa de Minas Gerais, Rio Sapucaí Mirim até o Rio Pardo), onde desde logo afazendou seus filhos Joaquim, João e Antônio, respectivamente nas plagas que receberiam mais tarde as denominações de Jaborandy, São João (posteriormente Congonhal) e Fortaleza.
O patriarca Diogo Garcia da Cruz (1772 - 1839) se instalaria definitivamente na Fazenda da Alegria, município de Mococa, juntamente com os filhos Gabriel e o caçula Diogo Garcia de Figueiredo.




1865 - Antonio Garcia de Figueiredo, o Major Garcia (1812 - 1884), sétimo filho do patriarca Diogo Garcia da Cruz, casou-se com a sobrinha Maria Tereza, filha do irmão mais velho, José Garcia de Figueiredo, fato bastante comum para a época. Fora ele, o Major Garcia, o fundador da atual Altinópolis, pois em 7 de Março 1865 doaria cerca de 40 alqueires para a Igreja Católica, o que daria inicio à construção da Capela Nossa Senhora da Piedade, nos termos de Distrito de Mato Grosso de São Bom Jesus da Cana Verde de Batataes.
A partir de então, todas as construções realizadas no perímetro urbano, ou seja, nos terrenos pertencentes à Paróquia, pagariam anualmente aos cofres da Igreja Católica uma espécie de laudêmio, também chamado de imposto foreiro. A igreja se manteria como legítima proprietária dos terrenos até 1938, fato que trataremos com mais detalhes adiante.

Três meses após a doação, adido às forças que partiriam do Rio de Janeiro runo à Província de Mato Grosso, por ocasião do início da Guerra do Paraguai, o então tenente Alfredo Maria d’Escragnolle Taunay, o futuro Visconde de Taunay, arrancharia nas plagas da primeira morada do capitão Diogo Garcia da Cruz, a Fazenda da Alegria, locada no município de Mocóca (SP). Taunay também conheceria a esposa do anfitrião, Inocência Constança de Figueiredo, que mais tarde serviria de inspiração para o romance homônimo do futuro escritor Visconde de Taunay.
Pouco depois, em 7 de julho de 1865, precisamente às 11 horas, Taunay, ao se deparar com as cercanias das terras pertencentes à futura Altinópolis de hoje, escreveria em seu diário:

Alfredo d'Escragnolle Taunay

"Um extenso planalto domina a serra e nele se goza de atmosfera puríssima e ponto de vista encantador, em razão da disposição de outeiros mais baixos e pitorescamente dispostos que cercam o serrote.
A olhar, devassa grandiosa paisagem que se dilata em todos os sentidos a perder de vista. Só de vez em quando, uma solitária palmeira destaca altaneira elegante, Stipite no amortecido fundo de horizontes distantes.
Neste alto começa a formar-se uma povoaçãozinha que consta já de algumas casas de taipa e denominar-se-á: Arraial de Nossa Senhora da Piedade.
O local é excelente, principalmente pela abundância e qualidade de águas que o banham; entretanto as casas vão seguindo direções caprichosas, não presidindo à sua construção nenhuma consideração de alinhamento.
Logo à descida na primeira baixada do terreno, corre o Ribeirão de Nossa Senhora da Piedade do Mato Grosso, com profundidade de 0,11m sobre 2,20m de largura, existindo para o transito um pontilhão de madeira em bom estado com 8,80m de comprimento, e 3,52m de largura."(Do livro Marcha das Forças de Visconde de Taunay).

José Garcia de Figueiredo Neto, (1918 - 2010, tetraneto do Cap. Diogo, nos remete aos Oitocentos e relembra com sabor e precisão as histórias do seu avô, José Garcia de Figueiredo, filho de Joaquim Garcia de Figueiredo (Jaborandy) - o filho mais velho do cap. Diogo Garcia da Cruz. http://blogdealtinopolispag2.blogspot.com.br/2014/05/as-primeiras-letras-e-os-ecos-de-lutero.html